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Miguel Arraes de Alencar, nasceu no dia 15 de Dezembro de 1916 no Ceará, mais precisamente no Araripe, porém construiu sua carreira política no Estado de Pernambuco e foi um dos políticos brasileiros, de esquerda, com maior protagonismo diante do público, fosse uma geração antes da sua, fosse da mesma geração, ou até gerações futuras, situação ou oposição, inclusive.

 

Quando saiu do Crato, onde iniciou os estudos, mudou-se pro Recife, e então foi aprovado em um concurso público para o IAA, já extinto Instituto do Açúcar e do Álcool. Na época, o presidente do IAA, Barbosa Lima Sobrinho, que em seguida (1948) tornou-se Governador do Estado, convidou o amigo Arraes para ingressar na carreira pública e política. Sua primeira colocação foi como Secretário da Fazenda no primeiro Governo de Barbosa Lima. Nos anos seguintes concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde ficou na suplência. Em 1958, conquistou uma vaga, desta vez atingindo a titularidade na Alepe.

 

Um ano depois, no Governo de Cid Sampaio, voltou a ocupar o cargo de Secretário da Fazenda, mas não demorou muito para logo disputar mais uma campanha, desta vez para Prefeito do Recife. Vitorioso com seu primeiro mandado no Executivo e com o apoio popular, candidatou-se à Governador de Pernambuco e foi eleito em 1962.

 

 

 

 

 

 

Em 1º de Abril de 1964, o Brasil sofreu um Golpe, e passou a viver num regime de ditatorial, a quase infinda Ditatura Militar brasileira. Arraes se negou a deixar o Governo e negociar com os militares, então foi deposto, preso, em Recife e Fernando de Noronha, e depois exilou-se na Argélia, continente Africano.

Depois de 14 anos no exílio, junto com sua família, Miguel Arraes volta ao Brasil em 1979, quando foi decretada a anistia política. De volta ao Recife, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e foi eleito Deputado Federal em 1982. Já em 1986 foi eleito pela segunda vez Governador, ainda no PMDB. Quatro anos depois, já pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi, pela segunda vez, Deputado Federal, com a maior votação proporcional do Brasil.

1994 foi o ano em que Arraes foi eleito pela terceira e última vez Governador do Estado de Pernambuco, já que na virado dos anos 2000, perdeu a tentativa à reeleição e disputou pela quarta vez, em 2004, uma vaga na Câmara Federal. Morreu aos 88 anos, em 13 de Agosto de 2005, exercendo o seu maior dom, que era de fazer política.

 

Sempre muito respeitado, Dr. Arraes ou Pai Arraia, como costumava ser chamado, entrou na política por opção, e logo se envolveu principalmente a favor do povo, o povo mais humilde, o povo sertanejo e nordestino como ele. Por onde passou deixou um legado que é sempre lembrado com muito saudosismo até os dias de hoje. Arraes foi um político completo, passou pela administração Municipal, Estadual e pelo Legislativo Estadual e Federal.

 

Todas suas gestões foram marcadas e guiadas predominantemente pela premissa humanista, visando o recorte da população menos desenvolvida, como o próprio Arraes dizia “O possível, a gente faz. O impossível, o povo nos ajuda a fazer”.  E tudo isso foi posto em prática, como o Acordo do Campo, Programa Chapéu de Palha, Luz para Todos, criação da Cilpe (Companhia de Industrialização de Leite de Pernambuco) e tantos outros marcos da figura do político Miguel Arraes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“A liderança fortemente carismática que tanto conduzia equipes como multidões; o firme sentido de missão; a franqueza e a força de sua natural simplicidade, despertavam nas massas secularmente acostumadas a nem sequer terem reconhecida sua existência, fervor quase religioso e devoção filial, que a expressão “Pai Arraia” registra para sempre com pungente candura. Este sentimento não é o que ações clientelistas podem despertar. Na relação de Arraes com o povo, em particular o do interior e o da periferia metropolitana, pressentia este, embora talvez nem sempre disto tivesse clara consciência, seu encontro histórico com a dignidade humana, que passava a ser também atributo seu.

Que este legado de Arraes possa contribuir para despertar consciências entre as classes políticas; entre acadêmicos e pesquisadores e na sociedade em geral.”

Instituto Miguel Arraes de Alencar (IMA).

Valdenor Faris, Miguel Arraes e Marcos Arraes

Foto: Acervo IMA

Volta do exílio - Base aérea RJ

Foto: Acervo IMA

Foto: Acervo IMA

Por Tyago Bianchi

Tyago Bianchi estuda Jornalismo e é apaixonado por política, especialmente Marketing Político. Socialista de coração, adora uma conversa em mesa de bar.

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